domingo, 19 de dezembro de 2010

Cigano Rodrigo



O Princípio

Rodrigo nasceu por volta do ano de 1.800, na região da tríplice fronteira, onde se fundiam as terras de Brasil, Paraguai e Argentina, numa área pouco delimitada onde não se sabia ao certo em que país se estava.

Os Ciganos são um povo nômade, estão em constante movimento, para eles não existem barreiras. Na época de Rodrigo, existiam inúmeros grupos ciganos na região, com números que variavam desde 20 até mais de 100 pessoas por grupo.

O pai de Rodrigo, Manolo, já era o Rei dos Ciganos na época, porém sua influência limitava-se a poucas aldeias, pois os povos eram muito separados.

Rodrigo, por nascimento, não tinha o trono garantido, pois a família era composta por muitos irmãos, e logo, vários tinham chance de assumir o cargo do pai no futuro.

A infância de Rodrigo foi bastante normal, vivendo junto com sua família. Foi na adolescência que se aproximou de seu pai, com quem aprendeu a gostar das coisas boas e desfrutar a vida, também iniciando a almejar o posto de Rei para seu futuro. Naquela época, se destacar era uma questão de realização pessoal, pois as pessoas comuns viviam uma vida sem grandes atrativos.

A Subida

Por haverem muitos irmãos, Rodrigo sabia que seu cargo não era garantido e teria que se esforçar para conquistar a confiança de todos. Desta forma, procurava se destacar dos demais. Sua cabeça já tinha o objetivo traçado, de forma que dedicava pouco tempo às frivolidades da adolescência. Mulheres, até às tinha, mas não deixava de lado suas obrigações para se dedicar a elas. Rodrigo sabia que poderia usufruir da vida que desejasse e que os prazeres proporcionados pelo poder não lhe faltariam quando chegasse aonde queria.

Certo dia, Rodrigo tomou uma postura e passou a analisar a situação que o cercava. Dos seus cinco irmãos, quem tinha maior chance de um dia ser rei era o mais jovem, Rômulo, afinal de contas seu pai era saudável e não morreria tão cedo. Rodrigo passou então a proteger, cuidar e de certa forma também limitar os poderes do irmão. O crédito pelos feitos de ambos, invariavelmente era dado a Rodrigo, que além destes, também se destacou por suas próprias conquistas e méritos.

Conforme o tempo passava, Rômulo criou muitas inimizades, porém era sempre defendido por Rodrigo, que intermediava e acalmava as situações. E assim, Rodrigo passou a ganhar cada vez mais crédito junto ao seu grupo de Ciganos. Passou a ser braço direito do seu pai Manolo, e começou a tomar atitudes e resolver muitos problemas no lugar do pai, com a orientação deste.

A partir dos 16 a 17 anos, a fama de Rodrigo se espalhava. Ganhava cada vez mais confiança do Povo Cigano e de seu pai. Quando chegou aos 21 anos, seus créditos se solidificavam, até que passou de fato a governar no lugar do pai, tomando atitudes e decisões importantes, tal a confiança e respeito que tinha perante a família e o povo.

Um Novo Rei

O Rei Manolo, achando estar velho demais, cansado e sem tanto crédito, convocou uma festa para pessoas influentes oriundas de diversos grupos. No auge da festa, Manolo riscou no chão o símbolo de medalhão de rei da família e pediu a Rodrigo que riscasse ao lado o símbolo do sol dos ciganos. Todo o povo observava atentamente enquanto ambos desenhavam no chão. Em seguida, Manolo pediu que cada pessoa colocasse uma moeda num dos símbolos

Sem saber o propósito daquilo tudo, cerca de dois terços do povo colocou moedas no desenho de Rodrigo, enquanto que 1/3 depositou moedas no desenho de Manolo. Após a festa, dias depois, Manolo, pensativo, resolveu concordar com a constatação reafirmada por Rodrigo, que seria a hora de abrir mão do trono.

Uma grande festa se realizou, com a participação de todas as aldeias do grupo e também de grupos vizinhos, amigos. E assim, aos 23 anos, Rodrigo assumia o cargo de Rei dos Ciganos, um rei que foi muito bem recebido por todos, pois a sucessão foi entregue por seu próprio pai, um líder muito admirado.

Um Novo Reinado

A primeira idéia do Cigano Rodrigo, no cargo de rei do seu povo, foi de unificar os grupos ciganos. E passou a se dedicar com muito afinco à esta tarefa. Embora as aldeias amigas tenham, a princípio relutado, ao final todas acabaram aceitando a união, formando um grupo cada vez maior e mais poderoso.

As responsabilidades do cargo eram cada vez maiores, de forma que Rodrigo sentiu a necessidade de obter um apoio, um braço direito. Esta função Rodrigo encontrou no seu irmão mais novo, Rômulo, admirador incontestável do irmão mais velho, que considerava seu protetor e tinha uma dívida de gratidão. E assim, os dois irmãos, trabalhando juntos e unidos, passaram a buscar novos grupos para tornar ainda maior sua comunidade.

Seguindo o plano expansivo, cada grupo que encontravam era convidado a se juntar à próspera comunidade. Quem não aceitava, era alertado que sofreria as conseqüências. Os irmãos cuidavam e protegiam dos seus, ao mesmo tempo que agregavam cada vez mais pessoas ao grupo. Havia segurança e conforto.

Durante o processo de expansão, inevitavelmente Rodrigo e Rômulo fizeram muitos inimigos, que acabaram se unindo em grupos para enfrentá-los. Os grupos pequenos foram dizimados, enquando que os grupos maiores continuaram crescendo e se opondo.

Cigano Rodrigo, finalmente no auge de sua vida e exercendo o poder que tanto desejava, não deixou de seguir os costumes do seu povo, em especial o fato de ter várias mulheres. De fato, Rodrigo vivia sempre com pelo menos sete mulheres, sendo que todas eram igualmente bem tratadas, e para elas nada faltava. Rodrigo estava sempre presente na vida de todas, amparando, cuidando, protegendo e satisfazendo-as por igual.

Em certo momento da história, um ex-líder de um grupo absorvido, chamado Ramires, resolveu se aproximar de Rodrigo. Ramires se mostrou uma pessoa muito prestativa, demonstrando genuína vontade de ajudar e estar presente na liderança da comunidade. Rodrigo nunca achou que poderia confiar em duas pessoas ao mesmo tempo, mas dada à insistência e disponibilidade de Ramires, ignorou seus próprios sentimentos antigos.

O Fim de uma Era

Ramires passou a conquistar liberdade e influência, e assumiu um cargo de confiança ao lado de Rômulo. As brigas passaram a surgir. Rômulo e Ramires, naturalmente, competiam por sua posição de confiança, atiçando uma disputa ao poder. Ramires, apesar de tudo, continuava se mostrando da mais útil serventia.

Certo dia, um grupo inimigo bastante grande mas pouco conhecido de Rodrigo, resolveu se render e se unir à causa comum. Foi planejada uma grande festa para comemorar o acontecimento. Entretanto a festa iria terminar em tragédia. No meio da celebração, o grupo recém incorporado mostrou sua verdadeira face, se rebelando e passando a atacar o grupo de Rodrigo. Uma grande briga se sucedeu, causando muita violência e muitas mortes.

Rodrigo, perplexo, preparava-se para entrar na briga, quando foi subitamente apunhalado pelas costas. Ao tombar, Rodrigo se virou e constatou, para sua surpresa, que havia sido apunhalado por Ramirez. Tarde demais, o Rei dos Ciganos percebia o grande erro que havia cometido. Era o fim de sua história. Enquanto Rodrigo agonizava, a briga continuava. Em pouco tempo, Rodrigo veio a falecer. Naquela noite, centenas de mortes se seguiram. Após o acontecido, todos os grupos se separaram e voltaram a ser o que eram. O reino unificado do Rei Rodrigo chegava ao fim.

Rômulo, naturalmente, assumiu o lugar de Rodrigo. Porém, sem o pulso firme do irmão mais velho, pouco pode fazer para conter a vontade de separação e manter o povo unido. Quanto a Ramirez, naquela mesma noite da festa, foi morto por pessoas que presenciaram o cruel assassinato que havia cometido.

Rômulo continuou rei de um grupo pequeno, com menor valor. Os demais grupos passaram a se afastar cada vez mais. Foi o início de uma definitiva separação e diluição da raça cigana nesta região do mundo. Rômulo morreu de velho, ainda no posto de rei. Rei Rodrigo governou o Povo Cigano no seu auge. Tal como uma estrela supernova, que brilha muito mas extingue rápido, seu brilho ofuscou todos os outros líderes da época.

O Povo Cigano, até hoje, é mal interpretado e perseguido no mundo todo. Muitos atribuem a eles a fama de encrenqueiros ou desonestos. De fato, existem muitos supostos ciganos que nada mais são do que mendigos, com sangue impuro e sem a descendência nobre do povo legítimo.

Entretanto, o verdadeiro Povo Cigano é honesto e batalhador. Seus méritos se fazem por serem exímios negociadores, sendo muito difícil levar a melhor ao negociar com um cigano.

Muitos povos, ao levar desvantagem em um negócio, se vingavam ou falavam mal deste povo, justificando um pouco o estigma que carregam.

O lema do Povo Cigano é: "Sempre tenho o que você quer, mas quero o que você tem. Se quer o que eu tenho, pague o meu preço."

A Entidade

O Cigano como Entidade, é representado por Cigano Rodrigo, Rei dos Ciganos, que possui como todas as entidades, muitos seguidores em sua falange.

A linha cigana possui, como sua característica, um desapego às linhas tradicionais de esquerda ou direita dos terreiros, seguindo uma filosofia própria. Por serem negociantes, tudo para eles é uma questão de troca. Quem quer receber, terá primeiro que dar, negociar ou prometer.

Cigano Rodrigo não incorpora para conversar com qualquer pessoa, mas somente para aquelas que pensam como ele.

Ou seja, pensar grande, não ser mesquinho, ter a mente aberta e profundo desejo de crescimento espiritual e material.

Embora seja muito difícil para alguém seguir e trabalhar na linha dos Ciganos, aqueles que estão ao seu lado alcançam prosperidade e riqueza, além de muitos relacionamentos amorosos. Cigano sempre teve sete mulheres ao seu lado, e com abundância de mulheres e ouro devem andar seus seguidores.

Fonte: http://www.umbandacomamor.com.br

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Cigano Ramires


No dia 24 de maio de 1577, o velho cigano Bergem casou-se com a jovem cigana Gênova, formando assim, mais uma família cigana. No dia 28 de maio de 1578 nasceu a primeira filha do casal, que levou o nome de Huélva. O casal era muito feliz com sua pequena filha.

Algum tempo depois, Gênova engravidou novamente e, no dia 24 de junho de 1580, para completar a felicidade do casal, nasceu um menino, no qual Gênova colocou o nome de Ramires. Assim se completou o grupo familiar de Bergem e Gênova, formado por quatro pessoas. Bergem era muito mais velho do que sua esposa, mas eles eram um exemplo de felicidade e amor.

Quando Ramires estava com quatro anos, no ano de 1584, sua família ia para Madri e, no meio da viagem, o tempo mudou e caiu uma forte tempestade. As carroças do comboio deslizavam na estrada cheia de lama e poças d’água; a escuridão era imensa.

Em dado momento, todos escutaram um barulho muito forte: uma das carroças tinha virado. Era um quadro desesperador. O velho cigano Bergem, sua jovem esposa Gênova, sua filha Huélva, de apenas seis anos, e seu filho Ramires, de apenas quatro anos de idade, estavam debaixo da carroça.

O cigano Pedrovik, irmão de Bergem e chefe do grupo, veio logo socorrer o irmão e sua família; mas, infelizmente, não pôde fazer mais nada, além de desvirar a carroça e colocar dentro dela os corpos do irmão, da cunhada e da sobrinha. Só o sobrinho estava vivo, sem nenhum arranhão no corpinho.

Pedrovik tomou conta de pequeno Ramires que, daquele dia em diante, tornou-se uma criança diferente. Ele ficava sempre isolado, vivia só, seu comportamento era bem distinto do dos outros meninos do grupo.

O tempo foi passando. Ramires tornou-se homem feito. Mas era de poucas palavras, seu comportamento continuava estranho, não mudara nada desde o tempo de criança, quando ficava isolado de todos.

Certo dia, seu tio Pedrovik chamou-o na tenda e disse:

“- Vamos conversar, meu filho. Já és um homem, eu decidi que irás casar com a minha protegida Zanair, neta da falecida Zaira.”

Ramires não teve escolha e assim foi concretizado o casamento, no dia 8 de abril de 1610, quando era plena primavera em Madri.

O casamento, realizado por Pedrovik, seguiu o ritual tradicional. Zanair estava belíssima com uma túnica rebordada de pedras reluzentes, a saia muito rodada que reluzia com os reflexos da fogueira, e uma coroa de flores naturais em tons claros na cabeça.

Depois de realizado o ritual de união dos dois, Pedrovik deu ao casal dois potes cheios de grãos, para que nunca faltasse alimento na sua tenda. Em seguida, Zimbia Taram, uma cigana idosa do grupo, cortou um fio de cabelo de Ramires e outro de Zanair; colocou-os dentro de um copo de cristal junto com os fios de crina de cavalo e de égua e outros objetos; e fez a magia do amor para que sempre houvesse sexo entre o casal, e para que eles tivessem muitos filhos.

Passados nove meses do casamento, Zanair deu à luz um lindo menino, a quem deu o nome de Izalon; e de ano em ano ela dava à luz mais um filho. Ela teve ao todo nove filhos, três meninos e seis meninas, que nasceram na seguinte ordem: Izalon, Pogiana, Tarim, Tainara, Tamíris, Diego, Thaís, Lemiza e Talita.

O fundo do coração de Ramires sempre foi um mistério. Ele teve de se adaptar à vida de família, superando muitos traumas da infância; entretanto, a seu modo, foi um esposo carinhoso. Foi também um ótimo pai, e criou seus filhos com muito amor e carinho.

Os membros dessa família desceram pela primeira vez à Terra como espíritos no ano de 1910.

Esse cigano era moreno-claro, de cabelos pretos lisos e olhos esverdeados.

SUAS ROUPAS

A roupa preferida de Ramires era blusão branco com mangas compridas fechadas por abotoaduras de ouro em forma de botões. Por cima desse blusão ele usava um colete de veludo verde rebordado com pedrinhas coloridas. Na cintura trazia uma faixa dourada, na qual prendia o seu punhal de prata com cabo de esmeralda. Sua calça era de veludo azul-turquesa.

SEUS ADEREÇOS

Ramires costumava usar na cabeça um lenço vermelho amarrado para o lado esquerdo. Na orelha direita trazia uma pequena argola de ouro; e no pescoço, um cordão de ouro com uma moeda de ouro antiga como pingente.

SUA MAGIA

Ramires fazia magia com dois espelhos em forma de triangulo. Ele os colocava no chão, um deles com uma das pontas voltadas para o Sul. Em cada ponta desses espelhos ele acendia uma vela branca e, no meio deles, colocava um copo com água e um cravo branco. Em seguida, ele pedia a Diuela que curasse uma pessoa doente.

A fase da Lua da sua preferência era a cheia.

Fonte: http://www.umbandacomamor.com.br

sábado, 11 de dezembro de 2010

Cigano Pablo da Estrada


Vivi nesta terra a muito e muito tempo atrás.
Quando vivo, chefiava uma tribo de ciganos que na maior parte do tempo acampava pelas terras de Andaluza, como em minha tribo as tradições eram passadas de geração para geração e de pai para filho, herdei a chefia da tribo ainda jovem de meu pai.
Aprendi tudo que era necessário aprender com os antigos da tribo, que para nós ciganos, são as pessoas mais sábias sobre a face da terra.
Durante o tempo em que chefiei a tribo sempre recorri a eles em busca de sabedoria para solucionar problemas ou quando tinha dúvidas ou quando necessitava tomar qualquer decisão que fosse de maior responsabilidade, nunca gostei de tomar qualquer decisão, sem antes consultar a sabedoria dos antigos.
Quando nasci, fui prometido como todos os ciganos a filha de um dos ciganos da tribo, crescemos juntos e aprendemos a gostar um do outro e assim foi até atingirmos a idade necessária para contrairmos o matrimonio, enquanto isso aprendi com os antigos, todos os truques e todas as magias ciganas.
Tornei-me um grande conhecedor de magias e adquiri um pouco da sabedoria dos antigos.
Chegada à época das núpcias, casamo-nos aos quinze anos de idade, aprendemos juntos como liderar a nossa tribo.
Tivemos três filhos machos.
Segundo a tradição todos foram prometidos e assim seguimos nossos caminhos, com muita alegria e muita fartura.
Trabalhávamos arduamente cada um em seu oficio em prol da coletividade.
Com os filhos crescendo e a nossa felicidade a largos passos, começaram os problemas, o meu primogênito, ao qual cabia substitui-me na liderança da tribo, resolveu rebelar-se contra a nossa tradição, não querendo aceitar o acordo de núpcias feito entre nossa família e a de sua prometida, assim causando um conflito na tribo, como se não bastasse, resolveu envolver-se com outras moças da tribo, causando o desagrado de todos os homens que já se estavam como ele prometidos a essas moças, até que seus atos o levaram a um conflito direto com um dos jovens da aldeia, e pelas leis da tribo, levaram a um duelo pela honra.
Eu já sabia de antemão como terminaria esse duelo, pois, com a sua revolta, o meu filho não quis aprender comigo a arte de duelar, com isso encontrava-se despreparado para o duelo.
Vendo-me com grande dor no coração por saber-me impotente em relação ao fato de também se fazer cumprir a lei da tribo (essa lei nunca havia sido utilizada na tribo).
Tornei-me introspectivo e voltei-me para os antigos em busca de consolo. Sabendo os antigos pelo grande amor que nutria por meu primogênito, mostraram-me que havia uma maneira não muito ortodoxa de poupar o meu filho da morte certa, porém, sendo um bom lutador e tendo o conhecimento da magia do duelo, sabia também que não deveria vencer o jovem.
Assumi o lugar de meu filho (deveria morrer em seu lugar).
E assim fiz, desencarnei nas mãos de um jovem cigano irado com o fato de meu filho ter desonrado a sua prometida.
Deixei em desgraça uma jovem mulher e três filhos rezando a Santa Sara para que cuidasse de todos.
Durante o tempo que me foi permitido velar por minha tribo e minha família, fiquei ao lado de todos tentando colocar algum juízo na cabeça de meu filho, esperando que depois do fato acontecido ele resolvesse aceitar o seu destino, mesmo depois de tudo o que fiz, esse meu filho ainda se rebelou com o que fiz, continuou em sua busca de algo que nem ele sabia o que era.
Nessa sua busca desse algo, foi levando em seus passos o meu segundo filho, que sem o pai, estava completamente envolvido pelo irmão mais velho, tentei de todas as maneiras que pude e me foi permitido, influenciar ao primogênito o sentido de dever, não conseguindo meu intento e vendo que o meu tempo estava se escoando, fiz o que qualquer pai amoroso faria, mudei o meu objetivo para o segundo filho, que com mais jeito que o mais velho aceitou tudo o que eu pude passar para ele.
Descobri então que com o segundo filho, tudo era mais fácil, pois, este já trazia de berço todos os dons que me foram passados por gerações, então investi neste, sempre com o intuito de regenerar o mais velho, indicando ao mais novo o caminho dos antigos, fiz com que este filho conseguisse com o seu carinho trazer o mais velho de volta, pois o segundo filho mostrou-se mais sábio que o pai e abrindo os olhos do primeiro filho o trouxe para o seio da tribo.
Depois de regenerado o meu primeiro filho retomou o seu lugar na tribo, ocupou o meu lugar, o qual o meu segundo filho controlou com muita sabedoria, ate a volta do irmão.
Ai eu pude seguir o meu caminho no astral ate o dia em que pude tornar a encontrar a minha amada, e voltar a montar a minha tribo no astral.

Pablo e Thinna
Essa é a mais linda e pura história que uniu para sempre duas almas que, por um imenso e eterno amor, jamais irão se separar…
Este amor tem a força de ultrapassar todas as fronteiras pois nem a distância, o tempo e o esquecimento, jamais terão forças para separá-los…
Pablo e Thinna se tornaram perante toda a aldeia e tribos ciganas daquelas redondezas, os dois mais apaixonados amantes.
Este amor, puro como a luz do sol e a ternura da lua, ultrapassou as fronteiras do tempo e da distância entre os dois, permanecendo vivo até hoje, mesmo estando Thinna nesse momento, encarnada entre nós e Pablo, no plano espiritual.
De agora em diante, todos nós faremos uma maravilhosa viagem guiados pela luz do sol e o brilho das estrelas, para também fazermos parte desta linda estória e sentirmos no peito, a força desse amor eterno…


Ponto de Chamada
Longo foi o meu caminho
Andei nesse mundo, andei
Sou um andarilho
Sou cigano, hoje eu sei

Sei que ao caminhar
Cumpro minha missão
Dou o meu axé
A quem me estender a mão

Todos me chamam Pablo Cigano

Fonte: http://www.umbandacomamor.com.br

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Cigano Damiani


Pietro Damiani era o seu nome.
Filho de saqueador espanhol, que numa de suas estadas pelo Brasil, conheceu uma brasileira muito bela e a levou para a Espanha. Seu pai era devoto de San Martín, que tirava dos ricos e dava aos pobres. Num desses saques,foi atingido por uma flecha que paralisou o lado direito de seu corpo.
Envergonhado, por ter sido um grande e respeitado saqueador, trabalhando inclusive para a Coroa Espanhola, resolveu se refugiar para não mais ser encontrado. Foi para o campo ficar em contato da natureza para tentar se redimir de seus pecados, segundo ele através de uma mensagem de San Martín.
Lá chegando fundou uma aldeia, composta por mutilados de guerra, presos, refugiados, e suas famílias. Passaram a acreditar nos ensinamentos de seu pai, e numa assembléia definiram os afazeres da aldeia, de acordo com as habilidades de cada um.
Uns lidavam com cobre, outros com ervas, outros com cristais, etc. Após alguns anos seu pai recuperou parcialmente os movimentos, e sua mãe engravidou. Damiani nasceu em uma linda noite de lua cheia.
Seu pai, tomando-o pelos braços, dizendo que ele não teria o mesmo destino de outros ciganos (pois era assim que passaram a ser chamados), que eram normalmente decapitados, ou mortos por punhaladas.
Seria ele um chefe de aldeia e morreria de velhice. Damiani cresceu, aprendendo todos os fundamentos com seu pai. A esse tempo, todos na aldeia já tinham adquirido alma cigana. Em uma de suas viagens seu pai encontrou verdadeiros ciganos, de alma e sangue, que resolveram unir-se a eles, formando assim um grande clã. Nessa aldeia conheceu Carmem, e se interessou por ela.
Seu pai veio a falecer em uma emboscada armada por um homem, cuja esposa o havia presenteado (seu pai era um homem atraente e atraía a atenção das mulheres), e um cigano da mesma aldeia de Damiani, que foi pago para executar o serviço.
Ele, por ser o primogênito, assumiu a chefia da aldeia, gerando a insatisfação do cigano que era chefe da outra aldeia que juntou-se a de Damiani.
Por respeito a esse homem, Damiani nominou-o como Pablo, não sendo, porém, seu verdadeiro nome.
Pablo era bem mais velho e começou a criar intrigas na aldeia. Em um dia de festa na aldeia, com muito vinho, frango, danças, Damiani pediu autorização à sua mãe para casar-se com Carmem, e ela concedeu. Realizaram então, a cerimônia de noivado, que entre o povo cigano é um pacto de sangue feito na palma das mãos (no casamento o pacto de sangue é feito nos pulsos).
Revoltado por Carmem não ter escolhido seu filho e ter se entregado de corpo e alma a Damiani, Pablo tomou o cálice de vinho das mãos de Damiani e lhe disse que assim como cigano não pede, ganha, seu filho seria um dia o chefe daquele clã. Damiani não tomou como ofensa e como todos já haviam bebido demais, resolveu encerrar festa. Sabendo ele que só poderia casar-se com Carmem quando ela atingisse a maioridade, que era aos 21 anos, resolveu esperar essa data, em respeito aos costumes da aldeia de onde ela provinha. Ela contava na época com 15 anos, e ele com 21. Deveriam esperar então 6 anos.
Durante esse período a sua aldeia foi acumulando muitas riquezas, e isso gerou intrigas entre os ciganos. Usava os ensinamentos de seu pai para tentar manter a ordem. Durante esse período, Damiani notou que uma cigana da aldeia que o observava desde pequenino, havia sumido. Em um de seus passeios, Carmem foi banhar-se em um rio próximo da aldeia, quando não percebeu que a correnteza a levava. Damiani pulou no rio para salvá-la, e ao sair, viu o rosto da cigana que sempre lhe observava, e que havia sumido da aldeia. Retornando à aldeia Pablo disse a todos que aquele acontecimento fora um aviso de que algo ruim aconteceria a Damiani, o que lhe deixou pensativo, pois algumas vezes Pablo acertava em sua premonições.
Passaram-se então mais alguns anos (em que Damiani aprendeu a ler mãos, cartas, enxergar através da água, ter intuições), Carmem já quase atingindo a maioridade resolveu, em um dia de primavera, ir buscar flores no rio.
Novamente, ao tentar alcançar uma flor, caiu no rio. Damiani salvou-a e a levou para a aldeia.
Porém, lá chegando, teve um pressentimento que se voltasse para pegar a cesta de flores que ela havia recolhido, seu casamento não daria certo. No caminho sentiu que alguém lhe observava. Chegando no rio, resolveu apanhar também a flor que Carmem tentara pegar, sem sucesso. Caiu ele também ao rio, e ao se escorar para salvar-se, sentiu uma ardência em sua perna. Percebeu que tinha sido picado por uma das cobras mais venenosas que havia na região. Sentiu que duas pessoas o observavam e gritou por socorro, quando começou a pensar que seu pai estava errado no que falara ao seu nascimento.
Foi quando apareceu Pablo e lhe estendeu a mão para salvá-lo, tirando-o da água. Vendo que já estava fraco e não conseguiria andar, pois já estava sob o efeito do veneno, colocou-o de pé, segurou suas mãos, tirou-lhe o anel e o medalhão que eram de seu pai e disse-lhe que seria novamente o chefe da aldeia. Deu uma gargalhada e empurrou-o para dentro do rio, quando então, Damiani sentiu uma mão que o tirara do rio. Meio desfalecido e com muita dificuldade, abriu seus olhos e viu aquela cigana que lhe observou durante anos.
Ela era na verdade uma feiticeira que por opção própria se ausentara da aldeia, auxiliando-os porém de longe, em casos de doenças. Mas nunca aparecia diante de ninguém. Se de seus remédios necessitavam iam à floresta, faziam seus pedidos em voz alta, e retornavam no dia seguinte para apanhar o remédio, que era sempre colocado em uma pedra
Essa cigana tratou de Damiani durante 3 meses, os quais manteve-o entorpecido e sob tratamento do veneno da cobra. Após sua recuperação, ele voltou à aldeia.
É importante salientar que durante esse período ele não manteve contato com a cigana. Nem ao menos teve a certeza de que alguém cuidou dele.
Chegando na aldeia descobriu que Carmem havia se envenenado, pois Pablo, que assumira a chefia da aldeia, queria obrigá-la a casar-se com seu filho, e ela não aceitando isso, resolvera fugir. Foi capturada e levada de volta para a aldeia, mas “se não podia ter Damiani, preferia a morte”. Damiani reassumiu a chefia da aldeia, e nunca casou-se. Morreu aos 70 anos de idade, quando inacreditavelmente, o veneno da cobra fez efeito em seu organismo.
Sua missão havia findado.

Fonte: http://www.umbandacomamor.com.br

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Cigana Yasmim


Um grupo de ciganos chegou ao Chipre, a pérola do Mediterrâneo.
Conta uma lenda antiga que Vênus, a deusa da beleza e do amor, nasceu das águas espumejastes de Chipre.
Não é difícil compreender por que os antigos acreditavam nesética fabula; a ilha, fulgurante de luz e de cores, circundada por um mar límpido e azul, é realmente um lugar encantador.
E esse lugar tão lindo foi testemunha de um acontecimento com a cigana Yasmim.
O grupo Natasha estava acampado em Limassol, quando as moças do grupo foram para a “água grande”(a praia) para se banhar e se divertir.
Em dado momento, a cigana Nazira veio correndo e gritando desesperadamente:
— A água grande levou a cigana Yasmim!
Correram todos do grupo para a água grande, para socorrer a cigana, mas nada viram: o mar havia tragado seu corpo.
Então, o Kaku revelou a todos que a cigana havia morrido.
O grupo todo se ajoelhou e começou a rezar.
Permaneceram ali para esperar que a água grande devolvesse o corpo da cigana.
Passaram-se vinte e um dias e nada aconteceu.
Quando se completaram vinte e três dias, á noite, a Lua cheia surgiu e clareou toda a ilha.
O cigano Vlaz, que era o pai de Yasmim, foi para a areia e começou a rezar de olhos fechados.
Em dado momento, abriu os olhos e avistou um peixe grande que, pulando, veio em sua direção.
Ele ficou paralisado com o que via.
A cigana Yasmim sai das águas e se dirigia a ele, dizendo:
— Pai, não fique triste. Eu não sou mais da terra, e sim as água grande.
Não fique esperando meu corpo, porque ele foi engolido pelo peixe grande.
Estou feliz e daqui protegerei todo o grupo Natasha.
Peça a Kaku que levante o acampamento e eu irei levá-los para um lugar que tenha mais terra; e que nunca mais o grupo Natasha acampe num lugar cercado de água grande(em ilha).
Yasmim deu ao pai uma concha grande e pediu que a entregasse ao Kaku como prova de tudo o que ela dissera; e, voltando para a água grande, desapareceu.
Vlaz foi para o acampamento e revelou o acontecido ao Kaku.
Na manhã seguinte, o Kaku revelou o acontecimento para o grupo e resolveram levantar acampamento.
Embora tristes, sabiam que, daquele momento em diante, a cigana Yasmim seria sua protetora na água grande.
Quando os ciganos se despediram de Chipre, o povo da localidade ofereceu para cada cigano um pão.
Essa é uma tradição da ilha.
Depois, os ciganos foram embora de Chipre, viajando em cima da água grande para outros países.
É por esse motivo que o grupo Natasha tem um enorme respeito pelo mar; é por isso, também, que os membros do grupo não energizam pedras em águas salgadas e evitam se banhar no mar.
No dia 02 de fevereiro, o grupo Natasha leva para o mar presentes para a cigana: comida, doces, Frutas, perfumes, pó-de-arroz, sabonete.
Também faz um coração de flores brancas e oferece a Yasmim nas águas grandes.
Todo o grupo se ajoelha na areia da praia e reza em agradecimento, pedindo proteção.
Fazem isso porque essa história se passou no dia 02 de fevereiro de 1902, quando o Kaku era o cigano Romão, avô da cigana Yasmim.
Yasmim tinha pele clara, cabelos e olhos pretos.
Suas Roupas
Iasmim usava vestido longo na cor azul-celeste, com mangas bufantes que iams cotovelos.
Seus Adereços
Ela trazia na cabeça, em dias de festa, um diadema de pérolas.
Nas orelhas usava brincos de ouro, com águas-marinhas e pérolas.
Sua Magia
Essa Cigana fez a passagem muito jovem, mas já tinha suas cartas com os símbolos do seu clã.
A fase da Lua da sua preferência era a cheia.
Suas oferendas devem ser colocadas sempre em frente ao mar e, se for possível, sempre no dia dois de fevereiro: foi nesse dia que foi para o mundo espiritual, no mar, próximo a Ilha de Chipre.
Nunca devem ser colocadas velas coloridas para essa Cigana, pois ela só aceita velas azuis.
Autora: Ana da Cigana Natasha
Livro: Ciganos do Passado Espírito do Presente
Editora: Pallas

Fonte: http://www.umbandacomamor.com.br

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Um conto de amor


O rapaz passava pelo empório da cidade, quando o proprietário o chamou. Tinha 19 anos e tinha boa aparência.

O dono lhe ofereceu um bandolim para comprar e lhe disse que tocar um instrumento era uma ótima forma de atrair garotas.

O rapaz achou interessante a idéia e depois de uma negociação, comprou o instrumento.

Ele já ouvira falar de uma orquestra de bandolins que praticava todas as semanas no porão de uma sinagoga. Eram filhos de imigrantes judeus, vindos da Europa oriental.

Foi lá, aprendeu a tocar e a ler partituras musicais. A jovem Dora já tocava na orquestra.

Foi olhar o rapaz e ir se encantando aos poucos. Um dia, ela criou coragem e o convidou para ser seu par numa festa de formatura da escola.

Começaram a namorar. Quando andavam lado a lado, Kelly segurava o braço de Dora gentilmente.

A vizinhança dizia que eles pareciam Cinderela e o príncipe encantado.

O jovem par se casou. Era o ano de 1944 e Dora acabara de completar 20 anos.

Três anos mais tarde, nasceu o primeiro filho, e depois o segundo e o terceiro.

Preocupações sempre havia. Orçamento familiar. Comportamentos na escola. Momentos sérios de conversas ao redor da mesa da cozinha, depois de colocar as crianças na cama.

E elas ouviam, de seus quartos, as vozes suaves dos pais flutuarem pelo corredor.

Risos eram constantes naquele lar. Contavam histórias bobas, só para rir. Criavam danças malucas, ouviam e tornavam a ouvir os mesmos discos.

Quando as crianças ficaram maiores, Dora manifestou desejo de trabalhar meio período. E, se isso a faria feliz, tudo estava bem para Kelly.

Logo, ela chegaria à conclusão que, sem um diploma universitário, não teria promoções, não cresceria. E nem seu salário.

Reuniu marido e filhos ao redor da mesa da cozinha e expôs seu plano. Precisava e desejava obter um diploma universitário.

Queria ser professora de verdade. No entanto, o marido teria de cuidar das crianças, durante a noite.

O filho maior teria que colaborar, chegando em casa cedo o suficiente para ajudar o pai com o jantar. A filha do meio deveria auxiliar a menor nos deveres de casa.

Kelly respirou fundo e disse: "Dora, não se preocupe. Ficaremos bem. Sei o que isso representa para você. Serei o homem mais feliz desta cidade porque terei a mulher mais feliz ao meu lado."

Aos 50 anos, Dora recebeu o grau de bacharel em educação pré-escolar.

Kelly enxugou lágrimas de alegria, irradiando orgulho.

Ele não conseguiu terminar os estudos, pois precisava trabalhar para ajudar no sustento da família.

Dia desses, Dora precisou viajar para ir ao casamento de um parente. Kelly ficou em casa, porque não gosta de viajar.

A filha, preocupada com o pai sozinho em casa, telefonou. Achou a voz dele muito estranha.

"Algum problema?" Perguntou.

"Promete que não vai rir?" - disse ele. "Sinto falta de sua mãe."

"Mas, pai, ela viajou há poucas horas."

"Eu sei, mas depois de 60 anos de casamento..."

Na história de amor desse casal, nada de extraordinário. O seu conto de amor não tem mágica, castelo, fada madrinha, varinha de condão.

Como eles conseguem viver juntos há tanto tempo?

Eles nunca brigam. Não são abertamente carinhosos, mas têm uma união muito profunda.

Importam-se um com o outro. Relevam pequenas falhas. Exaltam as virtudes de um e de outro.

Sobretudo, entre carinho, ternura e afeto, uma grande dose de respeito mútuo.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Mundo Aruanda

Eu e o Beto,um amigo querido, conversando, resolvemos criar um portal. Esse portal
se chama "Mundo Aruanda", nele haverá notícias,vídeos, artigos sobre Umbanda, Candomblé, Kardecismo e outras religiões espíritas,música, sim, música.Dentro desse portal, funcionará a Rádio "Ao Som dos Orixás", tocando as músicas e pontos que todos nós gostamos de ouvir, em nossa programação que será de 24hs por dia, vc poderá pedir a música que mais gosta, poderá tb fazer downloads de algumas músicas que disponibilizaremos.
O portal e a rádio, serão inaugurados nesse domingo, dia 11/07/2010.
Acesse, a partir de domingo: www.mundoaruanda.com
Teremos um imenso prazer de poder contar com a sua participação e audiência.
Espero vc lá.
Um grande Axé!

terça-feira, 6 de julho de 2010

A Lógica De Einstein


"Duas crianças estavam patinando num lago congelado da Alemanha.
Era uma tarde nublada e fria, e as crianças brincavam despreocupadas.
De repente, o gelo se quebrou e uma delas caiu, ficando presa na fenda que se formou. A outra, vendo seu amiguinho preso e se congelando,tirou um dos patins e começou a golpear o gelo com todas as suas forças, conseguindo por fim quebrá-lo e libertar o amigo. Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino:

- Como você conseguiu fazer isso? É impossível que tenha conseguido quebrar gelo, sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis!

Nesse instante, o gênio Albert Einstein que passava pelo local, comentou:
- Eu sei como ele conseguiu.
Todos perguntaram:
- Pode nos dizer como?
- É simples. - respondeu o Einstein - Não havia ninguém ao seu redor, para lhe dizer que não seria capaz."

"Deus nos fez perfeitos e não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos. Fazer ou não fazer algo só depende de nossa vontade e perseverança."

terça-feira, 15 de junho de 2010

O Amor e a Loucura


Em tempos atrás viviam duas crianças, um menino e uma menina,
que tinham entre quatro e cinco anos de idade.
O menino chamava-se Amor e a Menina Loucura.

O Amor sempre foi uma criança calma, doce e compreensiva.
Já Loucura era muito emotiva, passional e impulsiva, enfim,
do tipo que jamais levava desaforo para casa.

Entretanto com todas as diferenças as crianças cresciam
juntas, inseparáveis; brincando, brigando... Mas houve
um dia em que o Amor não estava muito bem, e acabou
cedendo às provocações de Loucura, com a qual teve uma
discussão muito feia.

Ela não deixava nada barato, estava furiosa como nunca
com o Amor, começou a agredi-lo, mas não só verbalmente
como de costume. A menina estava tão descontrolada que
agrediu o garoto fisicamente e, antes que pudesse perceber,
arrancou os olhos do Amor.

O Amor sem saber o que fazer, chorando foi contar à sua
mãe, a deusa Afrodite, o que havia ocorrido.
Inconsolada, Afrodite implorou à Zeus que ajudasse seu
filho e que castigasse, Loucura. Zeus, por sua vez,
ordenou que chamassem a garota para uma séria conversa.

Ao ser interrogada a menina respondeu como se estivesse
com a razão que o Amor havia lhe aborrecido e que foi
merecido tudo o que aconteceu. Embora soubesse que não
fora justa com seu amigo, a menina que nunca soube se
desculpar concluiu dizendo que a culpa havia sido do
Amor e que não estava nem um pouco arrependida.

Zeus, perplexo com a aparente frieza daquela criança disse
que nada poderia fazer para devolver a visão do Amor, mas,
ordenou que Loucura estaria condenada a guiá-lo por toda a
eternidade estando sempre junto ao Amor em cada passo que
este desse.

E até hoje eles caminham juntos, onde quer que o Amor
esteja com ele estará Loucura, quase que fundidos numa
só essência. Tão unidos que por vezes não se consegue
definir onde termina o Amor e onde começa a Loucura.
E também por isso que usa-se dizer que o Amor é cego;
mas isso não é verdade, pois o Amor tem os olhos da Loucura.


Autor Desconhecido

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A defesa da grande floresta


Livre e despreocupado, andava o pequeno índio pela floresta. Tinha plena certeza de ser dono de toda aquela imensidão verde e da paz que reinava ali.
O canto dos pássaros era música para os seus ouvidos, o vento que envergava a mais alta árvore que pudesse existir ali, era o ar que respirava.
Na sua frente, uma linda aquarela de flores multicoloridas eram um colírio natural para os seus olhos. As águas da cachoeira que desciam rápidas até o lago, renovando-o a cada instante, eram as mesmas águas que lhe matava a sede.
A vida dos animais, em seu habitat natural, corria normalmente.
Vivia-se feliz naquele esplendor natural, cujo Criador só poderia ser um ser de muita luz.
Um dia, porém, andando tranquilo pelas matas, o indiozinho ouve um estranho barulho do qual não estava acostumado. Devagar, foi espreitando por entre as árvores e viu seres que jamais havia imaginado. Eram homens cujas peles eram brancas e pálidas como a seiva que brotava das veias das seringueiras existentes ali.
O indiozinho, temendo ser visto continuou escondido atrás das folhagens, observando o movimento daqueles seres assustadores.
Estavam preparando uma espécie de armadilha, rindo e bebendo muito, falavam do quanto iriam ganhar pela venda dos animais capturados.
O indiozinho, apesar de não conhecer muito bem a linguagem daqueles seres, conseguiu entender o que eles pretendiam.
Saiu sorrateiramente dali e foi ter com Acará, a grande ave branca que o levou até o fundo das matas, na morada do Pajé, o grande líder espiritual da tribo.
Chegando lá, o Pajé o recebeu com carinho e perguntou-lhe:
- O que o traz aqui, pequeno Curumim?
O indiozinho sentou-se ao lado do Pajé e narrou o que havia visto na floresta.
Mirando o indiozinho fixamente este exclamou:
- Pequeno Curumim, o mundo está repleto de Caris (homens brancos) que com monstros de ferros de finos dentes derrubam as nossas árvores, a terra se torna seca, cheia de buracos feios como mães desnutridas, sem poder amamentar os filhos porque não têm leite em seus seios. Com golpes, tão desumanos, os caris ceifam as vidas dos animais que aqui habitam. A Natureza, um dia, se revoltará contra esses seres e lhes mostrará a sua fúria.
O indiozinho, com os pequenos olhos arregalados, lágrimas brotando no canto de cada um deles pergunta ao Pajé:
- E esses caris vão destruir a nossa floresta e os nossos animais?
O Pajé, sempre paciente responde:
- Não, pequeno Curumim, essa noite, reunirei os deuses defensores da natureza e eles expulsarão daqui os malfeitores brancos que abalam a paz da floresta.
Dizendo isso, o Pajé, passa suas mãos com delicadeza, porém, firmes sob os olhos do indiozinho e seca as suas lágrimas.
O indiozinho adormece sereno no colo do Pajé.
Este pede a grande Ave Branca, que reúna todos os deuses defensores da natureza na floresta. Irá ter com eles para que, juntos, defendam a floresta.
Chegada à noite, o indiozinho abre os olhos, meio tonto, sem saber muito bem onde está, quando olha a sua frente, depara com a figura do Pajé, indo ao seu encontro.
O Pajé senta-se a sua frente e lhe diz:
- Pequeno Curumim, você irá comigo à reunião com os deuses para que possamos defender a nossa Mãe Natureza.
O indiozinho concorda com grande orgulho por ter sido escolhido para participar de tão importante evento.
O Pajé e o indiozinho, acomodados sob o dorso da grande Ave Branca, rumam ao centro da floresta onde encontram com:
- Oxossi, o rei das matas, protetor da floresta e dos animais, munido de seu arco e flecha, pronto para a batalha.
- Iansã a deusa da espada de fogo, dona das paixões, a rainha dos raios, dos ciclones, furacões, tufões, vendavais. Orixá do fogo, guerreira e poderosa.
- Oxum, a rainha de todos os rios e cachoeiras, deusa da fecundidade, dona do poder da adivinhação, a dona do grande poder feminino.
-Ogum, o temível guerreiro, violento e implacável, deus do ferro, armado com sua espada e capacete.
-Xangô, o rei das pedreiras, divindade do fogo, do trovão e da justiça. Xangô, temido e respeitado, viril e violento, porém justiceiro.
- Iemanjá, rainha das águas e mares. Muito respeitada e cultuada, conhecida como mãe de quase todos os Orixás.
-Exu, guardião dos caminhos, soldado dos Pretos-velhos e Caboclos, emissário entre os homens e os Orixás, lutador contra o mau, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado.
E, finalmente, Oxalá, o detentor do poder procriador masculino. Oxalá , a criação, o começo do mundo, o princípio de tudo.
Assim reunidos, o Pajé relata aos Orixás, os deuses da natureza, o que estava ocorrendo na grande floresta.
O pequeno indiozinho tinha os pequenos olhos fixos em todos aqueles bravos guerreiros, extasiado com a oportunidade de estar frente a frente com todos eles. Ouvia atentamente os planos de defesa da Grande Mãe, absorvia cada palavra e cada gesto daqueles tão venerados Seres.
Terminada a reunião, chega o momento da grande batalha.
O Pajé leva o pequeno índio sentado sob o dorso da grande Ave Branca, até o topo da mais alta árvore da floresta de onde poderiam assistir ao desenrolar da grande batalha.
Havia muitos homens brancos, munidos de armas de fogo em volta de uma fogueira, conversando alto e rindo muito.
Oxum, com sua rara beleza se aproximou deles que, estonteados voltaram toda a atenção para ela.
Um dos homens brancos lhe perguntou:
- De onde surgiu tão bela dama perdida no meio dessa floresta sombria?
Oxum, aparentemente mansa, respondeu com delicadeza:
- Venho das águas da cachoeira que desce para os rios e corre até os mares.
Os caçadores riram da bela Oxum, talvez imaginando que fosse alguma espécie de louca perdida no meio da floresta.
Ao se aproximarem dela, Oxum levanta as suas mãos e o rio, atrás deles se revolta e alaga o acampamento, apagando o fogo que haviam feito.
Um dos caçadores, não entendendo o poder daquela mulher, tenta agarra-la pelos braços, quando surge Exu e logo atrás, Oxossi munido de seu arco e flechas acertando o peito do inimigo que vai ao chão.
Ogum, também aparece e com sua espada arremessa longe a arma de fogo que outro empunhava.
Iansã com seus trovões destrói o restante das armas, transformando-as em cinzas de ferro caídas ao chão.
Iemanjá dá ordens ao rio para alague e destrua todas as armadilhas ali construídas com a intenção de aprisionar os animais.
Nisso, Oxalá se aproxima, mira firme os olhos de cada um daqueles homens brancos, apavorados e diz:
- O homem, age contra a natureza, feroz e incontrolavelmente. A natureza, destemida faz o que pode para se defender para não ver a sua própria morte. Um dia chegará em que o homem judiará tanto dela que, a natureza se revoltará e rios inundarão as cidades, trovões destruirão pessoas, furacões e vendavais destruirão os lares, então, só aí o homem se arrependerá, mas será tarde, pois, a Mãe Natureza foi tão judiada que jamais cessará a sua vingança.
Os homens, sem ação, absorvendo a grande lição de Pai Oxalá, recuaram. Foram embora para nunca mais voltar àquela floresta.
Do alto do topo da grande árvore, o indiozinho, satisfeito com a vitória dos deuses em defesa da natureza, exclama:
- Estou satisfeito e agora, nunca mais teremos homens maus destruindo a nossa floresta.
O Pajé, rindo da inocência do pequeno curumim, passa a mão sobre seus ombros, num abraço forte e carinhoso. Os dois, sentados sob o dorso da grande Ave Branca, voltam para as suas ocas. O curumim, com sua inocência infantil, certo de que, nunca mais passarão por aquilo e o Pajé, com sua experiência de vida e sabedoria, esperando até o dia da próxima batalha.


FIM.